A Caminhada (Capítulo 02)
A Margot foi à pessoa, que me acolheu,
Após me despedir do meu pai, no portão.
Ela se aproximou e segurou a minha mão
Enquanto, meu pai, com um triste olhar.
Os passos lentos, o vi se afastar,
Dobrar a esquina no fim da rua e sumir da minha vista.
Eu ainda tinha esperança de ele voltar.
E pra nossa casa de volta me levar.
A Margot continuava segurando a minha mão,
Perguntou se eu sabia jogar gamão.
Aí, começava uma bonita relação.
Por que não dizer uma adoção.
Margot tinha idade de ser minha avó.
Eu era o aprendiz, ela era a mestra.
Uma mulher de muita sabedoria.
Ensinou-me a ser autônomo e eficiente.
Como me comportar,
De uma casa saber como cuidar.
Arrumar a cama, varrer e lavar a louça.
Eu, em compensação, tinha de graça.
Casa, comida e aprendizado escolar.
De ampliar meus conhecimentos e decolar.
Passados nove meses, julho de 1955.
Veio a minha transferência para o mosteiro em Veneza.
No porto de Beirute, eu me despedi,
Do meu pai e da dona Margot,
Eu a bordo do navio rumo à Itália
Como seminarista.
Ao mosteiro Mekhitarista.
Na ilha de San Lazzaro em Veneza.
E como era época de férias.
Fui levado à fazenda da congregação.
Passar a temporada na fazenda.
Na comarca de San Zenone, no pé do Alpes.
Uma fazenda enorme,
Duas colinas de vinhedos.
Um campo de golfe e até um bosque.
No fim de verão voltamos a Veneza.
Ao mosteiro na ilha de San Lazzaro.
Da Congregação Mekhitarista.
Percebi que, aqui, não teria uma Margot….
Aqui, o silêncio fala mais alto…
Semana que vem tem mais,
Até lá……
Por
Aslan Minas Melikian