domingo, 27 de dezembro de 2020

Novos Tempos Velhos Épos

 Novos Tempos Velhos Épos.

Novos tempos.
Velhos épos.
Solidão nos tempos modernos
Não precisa de livros nem de cadernos.
Nem de enciclopédia munidos
Basta celulares e fones de ouvidos
Cercado de gente
O silêncio está presente
Todos na pauta
Em minha volta.
Reunidos em meu lar
Tento falar
A minha voz se perde no ar
Ninguém levanta a cabeça para olhar
A palma aberta e a mão erguida.
Sinal que vão me atender em seguida
Nos celulares ocupados
Ou na TV ligados.
Tento falar de novo e tusso
Nada feito, Tá ficando Russo.
Olho pra eles, todos estão na deles.
Outros tempos
Outros épos.

Paro e penso
Aí, eu sinto um amor imenso.
Eles são do jeito deles carinhosos
De jeito deles amorosos.
Nas redes sociais, eles interagem
No silêncio é a abordagem
Nesta hora, eu faço a minha parte.
Monologar com a TV é uma arte.
Boa noite, à apresentadora, declamar.
De louco podem me chamar.
Até sugerir um psicólogo para me tratar.
Direi, não é necessário, ao argumentar.
Passou dos setenta,
Agora aguenta.
Tudo que você aprendeu
Transcendeu.
Novos tempos.
Novos épos.

Por
Mr. Melikian
19/12/2020

Obs: Épos = epopeias.

Já Estou de Saco Cheio

 Já Estou de Saco Cheio

Sou um brasileiro de coração.
Sou apartidário por opção.
Respeitar a maioria,
É democracia
Um jornalismo isento, eu gostaria.
Nos últimos tempos as TVs falando muito do presidente.
Vejo como a imprensa distorce o que ele fala, e mente.
Omitir palavras ou uma vírgula deslocar,
É fazer o contexto mudar,
Aos seus interesses focar.
A não isenção, é politizar.
Repórteres querem entrevistar,
Sem agendar.
Perguntas tendenciosas e impertinentes.
Pegadinhas para fazer cair em contradições, ficam eminentes.
O PR falando, ao seu público, é interrompido ao parlar.
E aí, com razão o PR manda o jornalista calar.
À noite, nos noticiários das TVs, na tela, a vista.
O destaque:. O PR mais uma vez ataca jornalistas.
As declarações na certa são dos seus opositores dando entrevistas.
Chamando o PR de inconsequente e fascista.

Um comunicador que não mora no Brasil.
Chamou o presidente em rede nacional de imbecil.
Faltou respeito com o país
Faltou respeito com o eleitor.
O salário de tal apresentador é milionário.
À custa das verbas do erário.
Ou nas verbas de publicidade embutidos nos preços.
O seu programa não tem nada de utilidade.
Pior é o Vídeo Cassetadas do apresentador.
Voyeurismo ao sadismo extremo sem graça e sem pudor.
Não poupa idoso nem criança, é constrangedor.
Mostrando as dançarinas batendo palmas. Comovedor.
Hoje um comunicador ou um jornalista
não precisa ser formado basta estar conformado.
O patrão dita o que deve ser informado.
Por questões políticas, qualquer analfabeto é chamado.

Por que será? Assim eu fico bravo.
Nesta hora, eu fico de saco cheio.
Viro um bicho feio.
A vontade de mostrar o dedo do meio.
Penso bem, e me freio.
Mas, vontade não me falta de mandar os caras pro car....
Sem rodeios

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 05/12/2020

Há Gente & Gente

 Há Gente e gente.

Há Gente que te segue.
A Outra te persegue.
Há Gente que vai à pesca.
A Outra fica na sombra e nas água fresca.
Há Gente que faz projetos
A Outra, só dejetos.
Há Gente que carrega e conduz o bonde.
A Outra se acha que é conde.
Há Gente trabalha e corre atrás.
A Outra passa os outros para trás.
Há Gente que aprimora o conhecimento.
A Outra não se importa com o ensinamento.
Há Gente trabalha e vence.
A Outra quer de graça o que se oferece.
Há Gente, para trabalhar, acorda cedo.
A Outra reclama que é muito cedo.
Há Gente estudiosa que planeja.
A Outra, só almeja.
Há Gente que vai atrás da caça
A Outra se contenta com a carcaça.
Há Gente que te convida para um chope.
A Outra te chama para pagar o chope.
Há Gente boa e generosa.
A Outra é ingrata e onerosa.
Há Gente que doa de coração.
A Outra acha que você tem obrigação.
Há Gente que se desculpa quando erra.
A Outra fica com raiva, fala mal e berra.
Há Gente que lamenta quando falha.
A Outra se revolta e te chama de canalha.
Há Gente que se dedica ao trabalho.
A Outra te espera você quebrar o seu galho
Há Gente, simples e sábia, quando fala.
A outra é soberba, é poeta, quando cala.

Aslan Minas Melikian
18/12/2020

 

O Heroíco Arthakh

 O Heroico Povo do Artsakh

O mundo está surdo.
O mundo está mudo
O mundo vê e cala.
Ninguém fala.
Mortos à bala.
Guerra insana.
Agride e profana.
Ordinária e mundana.
Cruel e desumana.
Não poupa meretriz nem puritana.
Nem novata nem decana.
Nem pobre nem bacana.
Nem os homens nem as mulheres.
Nem amigos nem parentes
Nem abastados nem carentes.

Os Azeris, turcos e mercenários.
Agrediram o pequeno Arthakh
Milhões contra milhares
Uma guerra desigual.
Genocídio étnico cultural.
Armas químicas e drones.
Não poupar os povoados virou uma regra.
Nem a sagrada Floresta Negra.

Um genocídio étnico cultural.
De uma cultura milenar.
Monastérios invadidos.
Marcos históricos destruídos.
Igrejas profanadas.
Escolas armênias fechadas.

Onde estão os ambientalistas.
Onde estão os artistas.
Onde estão os direitos humanos.
Onde estão a ONU, UNICEF e as ONGs.
Onde estão os defensores das florestas.
Onde estão os……………….?

Genocídio étnico cultural.
De uma cultura milenar.
O mundo está surdo……
O mundo está mudo…..

Por
Aslan Minas Melikian
Sou filho de sobrevivente do genocídio armênio
Niterói. 24/

Viagens & Miragens.

 Viagens & Miragens.

Já cruzei continentes pelo ar,
De avião bimotor, dava medo de voar.
De transatlântico por mares viajar.
Atravessei o atlântico,
Voei de tapete mágico,
Andei de Barcaça,
Até de trem Maria Fumaça.
De ônibus e de carroça.
De avião, servido por aeromoça.
De carreta e de charrete
Andei por aí pra cassete.
Tive Fiat Premium “The Flash” core de Vinho,
um Santana 2.00 “Trovão Azul” marinho,
e um fusca de lanterna “Fafá de Belém”.
Hoje tenho um Fiat Línea parado na garagem
Ando de taxi e Uber pagando passagem.
Nas minhas lembranças e sonhos caóticos
Viajo com meus tapetes mágicos.
Agora são imaginárias as minhas viagens.
O meu AP me proporciona lindas paisagens
Viajo pelas auroras admirando belas imagens.
Aos meus sonhos e desejos, hoje eu quero mirar.
Queria um tapete mágico interestelar para voar.
Sonhar com um veleiro e pelos mares velejar.
Pelos rios com uma piroga vogar.
Com a minha amada pelo mundo vagar.
Ao pôr do sol, numa praia deserta aportar.
Dois septuagenários, eu e ela, numa noite de luar.
Dois corpos num só, no mar do pecado e do amor mergulhar.

Por
Aslan Minas Melikian
Poeta nas horas vagas
Niterói, 24/10/2020

A Bela Potranca

 A Bela Potranca

Um corpo em forma de violão.
Colírio para os olhos de gavião.
Um micro biquíni rosa choque.
Cobrindo parte do corpo sem retoque
Duas colunas torneadas,
Longas e assanhadas,
Sustentando curvas insinuadas,
Parecem mármores rosadas,
Das enseadas,
Da ilha de Córsega.
Uma canga,
Cobrindo parte das belas ancas
De tecido quase transparente,
Como uma bandeira tremulando imponente.

Na comissão da frente,
Junto ao coração imanente,
Duas romãs rosadas,
No peito arrojadas.
A cada respiração tentavam dar o bote.
Soltar fora do generoso decote.
O olor do feromônio exala.
O instinto da pala.
O visual é o cortejo.
Desperta o desejo.
A cada passo da bela Potranca.
O balanço erótico das ancas.
A caminho do pecado,
Eu lesado.
O seu olhar acenda a chama.
O seu sorriso largo me chama.
Meu bem estou fervendo vem quente.
Como posso recusar um apelo tão caliente?
Complete com um verso seu…..diga o que sente,
ou o que tiver na sua mente.
Fará parte desse poema inerente.

Por
Aslan Minas Melikian.
Niterói, 17/10/2020

Ondas & Bundas

 Ondas & Bundas

Ao observar o vai vem das ondas do mar.
E o balanço das bundas à beira mar.
Inspiraram as lindas obras de Oscar.

Niemeyer teve imaginações profundas.
Nas curvaturas das ondas e das bundas.
As suas obras de arte delas oriundas.

Na Riviera Francesa, eu queria passear.
Num iate cheio de Raimundas em alto mar.
E as suas bundas, alvo do meu olhar.

Nas praias de Copacabana e Ipanema.
Os desfiles das bundas cariocas da Gema.
A mais sensual será tema do meu poema.

A bunda no carnaval é ovacionada.
A fantasia no homem provocada.
Me diga: Há algo mais sensual que a bunda?

Por
Aslan Minas Melikian
Atualizado 03/10/2020

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Continuo em Lua de Mel

 Continuo em Lua de Mel


Chegamos de Cabo Frio,

já planejando um passeio no Rio.

De novo, pedi ao meu cunhado,

o carro emprestado.

Mais uma noite no sofá da sala.

Não rolou nada.

Achamos  graça. 

 - Vamos passear  amanhã em Ipanema.

À tarde, assistir um filme no cinema.

Ou se quiser, em Copacabana e Leblon.

Acho que será um programa muito bom.

Vou  chamar sua mãe a passar conosco o dia. 

A titia também, para fazer companhia.

A Titia queria conhecer a Barra da Tijuca.

Me deixou numa sinuca.

Expliquei para a titia que a Barra

é o bairro onde os casais vão para fazer farra.

Lá, só tem motéis, boates e bares.

Casas noturnas e restaurantes.

A Barra é refúgio dos amantes.

Mas não teve jeito, a titia venceu no peito.

Foi muito legal o passeio.

Almoçamos no Recreio.

À tarde, passeamos  na beira  mar.

Após ver o sol nas águas mergulhar,

resolvemos voltar. 

Dormimos de novo no sofá da sala. 

Já sabem que não rolou nada.

Achamos graça de tudo isso e demos gargalhadas.

Foram momentos felizes na companhia

da minha querida sogra e da querida titia .

Saborear, toda manhã, o cafezinho da sogra,

feito com muito amor e carinho de sobra.

Finalmente a tia e amiga da tia,

viajaram deixando livre nossa abadia.

E a Lua de Mel?   

Eu e minha mulher,

Estamos há meio século em Lua de Mel.

Felizes com os nossos filhos,  netos,

genro, noras e agregados.

Com certeza continuará a nossa Lua do MELikian.


Por 

Aslan Minas Melikian

23/09/2020


O Passeio Na Lua De Mel Em Cabo Frio.

 O Passeio Na Lua De Mel Em Cabo Frio.


A gente voltou para casa se livrando do frio,

E continuar a lua de mel num passeio em Cabo Frio.

A tia hóspede que acordava às dez

Já estava em pé toda arrumada às seis.

  - Eu estou pronta. Que horas vamos sair?

  - Aonde a Senhora quer ir?

  - Ué, com vocês. Será que é demais pedir?

Me deu vontade de rir.

Acabei de fugir do frio e entrei numa fria.

No enxoval da noiva havia uma tia.

 

Eu no volante, ao lado sentou minha sogra.

Atrás, minha dama, a tia e amiga da tia de sobra. 

Rumo a Cabo Frio, com minha dama e as três viúvas. 

Eu acelerava  e os pneus cantavam nas curvas.


Passeamos pela cidade e pelas praias da periferia.

Sugeri almoçar em Arraial do Cabo na churrascaria.

Eu precisava economizar por ter pouca grana.

A tia e amiga queriam restaurante chique e bacana.

Pediram camarão, frutas do mar e lagosta. 

Eu pedi um bife com fritas, quem não gosta?

O garçom trouxe a conta e o valor foi assustador

Ninguém se prontificou para contribuir com algum valor.

Procurei o gerente e paguei com um cheque voador.


Eu havia me tornado um Cicerone, ora, ora.

Na volta, meti o pé no acelerador  a 120 por hora.

Não queria ver nenhum carro atrás de mim, nem na frente.

Queria  chegar logo, devolver o carro ao dono urgente.

Beber uma garrafa de aguardente de bagaço de uvas.

Encher a cara e esquecer as viúvas.

Ou tomar umas doses de cachaça,

e de tudo disso achar graça.

Encontrar livre o meu canto.   

Expressar o meu encanto.

A minha primeira dama,

num encontro feliz na cama.


Esperando a lua minguante ir embora.

E que apareça a lua cheia de mel a qualquer hora

Acabou não..... Volto já já............


Por 

Aslan Minas Melikian

Niterói, 20/09/2020


O Retorno da Lua de Mel.

 O Retorno da Lua de Mel.


Depois de uma noite eclética,

saliente e poética.

Ao acordar, puxei a cortina.

Do vidro embaçado não via nada

Abri a janela, lá fora uma densa neblina.

Chovia, senti no meu rosto a brisa gelada.

Olhei para a amada estava dormindo.

De olhos fechado parecia sorrindo.

Ao meio dia fomos ao restaurante.

Além de nós, havia mais um casal errante.

O almoço saiu caro pra cacete.

Na praça não havia taxi nem charrete.

Voltamos a pé, muito frio na rua e no AP.

Decidimos fugir do frio e voltar ao Rio.

Saudade do calor, mar e sol.

Passear na região dos Lagos ou na costa do sol.

Ou na cidade de Cabo Frio fugindo do frio.

Minha dama decidiu: - Então vamos! 

 À tardinha em Niterói nos aportamos.

 - Voltaram mais cedo? – perguntou minha sogra.

 - É o frio, o frio fez a gente vir embora. 

Nosso retorno, tão cedo, não era esperado.

Havia convidados da festa ainda hospedados.

Todos os quartos estavam ocupados

Fomos dormir no sofá da sala. Não rolou nada.

Meu cunhado emprestou o carro. Foi um camarada.  

Combinei de passear em Cabo Frio com a amada.  

Sair de manhã bem cedo para aproveitar o passeio.

A tia hóspede  nunca acordava antes das dez.

Ela resolveu aparecer na sala antes das seis. 

- Eu estou pronto, que horas vamos sair?

- Aonde a senhora  quer ir?

- Ué,  com vocês. Será que é demais  pedir?

Eu havia me livrado do frio, 

E agora como me livrar da tia?

Eu estava numa fria, e que Fria................

E o passeio?.....como fico o passeio?...

Aguenta um pouco.....Depois eu conto....... 


Por 

Aslan Minas Melikian

14/09/2020.


Uma Noite de Lua de Mel

Uma Noite de Lua de Mel

    (11/09/1971)

 

Não tinha carro e com pouca grana.

Uma viagem de ônibus interurbana.

Passar a lua de mel na região serrana.

Num AP emprestado por gente bacana.


Chegamos à cidade fazia um frio danado.

O AP não tinha ar condicionado.

O chuveiro não deu conta e o banho foi gelado.

Saímos do banheiro tremendo de frio.

Deu uma vontade de voltar ao Rio.

Como? Não tinha carro e pouco dinheiro.

Resolvemos ser um casal aventureiro.

Vamos incrementar nossa lua mel?

Senão será lua de fel.

Um Martini para começar,

um cafezinho após o jantar

e um licorzinho para degustar.

Depois de uma dose do licor Strega, 

Quem não se entrega?

 - Está com frio, quer voltar pro Rio?

 - Que frio?

Estou com calor.

Ligue o ventilador.

O licor das bruxas e dos amantes.

Fazendo efeito como nunca antes.

Encarei a poderosa e perguntei: - topa?

Já estávamos sem a roupa.

Quebramos o estrado da cama. 

Coisas que acontecem com um casal que se ama.

Foi preciso botar o colchão no chão.

Foi uma noite de lua de mel fantástica

Por que não dizer, uma noite quente e orgástica.

 

No dia seguinte, mais frio, muito frioooo...

Mas só conto o resto quando chegar ao Rio...

 

Por

Aslan Minas Melikian

11/09/2020


domingo, 30 de agosto de 2020

Um Bate Papo Com Meus Filhos.

 Um Bate Papo Com Meus Filhos.

Num papo descontraído e gostoso.
No cafezinho depois do almoço.
Uma fatia de bolo de baunilha.

Feito pela mandatária da família

Eu e minha filha.

Botando a conversa em dia.
Estava frio, e eu com gorro na cabeça.
Ela apontou a câmera do celular e clicou.
Olhou e deu um sorriso cheio de graça.Mostrou a foto. Pensei: e agora José? Complicou!
E ela deu um grito:
– Olha o meu pai, o poeta.
Aslan, o poeta porreta.
Vou publicar essa foto e mandar para a galera.
Pedi para não cometer a bobeira.
Mas, já era.
Ela havia publicado no ato.

Sem gorro e calvo, resolvi fazer um auto retrato.
Tem gente que me chamou de gato.
Meu filho me achou a cara do Leandro Karnal.
A resposta foi no ato
Ele tem o sobrenome, Karnal
Eu tenho pelas mulheres admiração divinal e carnal.
Com os homens, só relação comercial.
Com as crianças, sou jovial.
Com os amigos, sou leal.
Com os velhos e idosos, sou camarada e plural.
O meu caçula viu as fotos e mandou essa:
- Eu sou você amanhã.  Sacou?
Já me acharam parecido com Raul Cortez e Anthony Quinn.
Com Alpacino e o Sean. (Sean Connery o 007)
E já me chamaram de James Dean

Acabamos de tomar o cafezinho.
Já havia gente me seguindo
Não eram paparazzos, nem bandidos, nem policiais.
Eram os amigos das redes sociais.

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 25/08/2020

Beirute a Cidade Eterna.

 Beirute a Cidade Eterna.

Triste demais ver a minha cidade Beirute,
Explosões e destruições na minha cidade Natal,
Fogos, fumaças e vendaval.
Cinzas e destruição.
Mortos, feridos e correria sem noção.
A tristeza tomou conta de toda uma nação.
Tudo aconteceu no porto na baia do são Jorge.
A população se revolta e reage.
Manifestação contra o governo e a corrupção.
Pela oitava vez a cidade resiste à destruição.
A cidade da pluralidade
Beirute é Phoenix do oriente médio e na paridade.
Já, já, a cidade será reconstruída e voltará a normalidade.

Líbano é Berço de muitas civilizações e culturas.
Alfabeto, comércio e aventuras.
Em qualquer lugar do mundo com certeza
encontrará uma família libanesa.
Sempre há um Jorge na família
e nada falta na mesa.
Kibe, tabule, babaghanuje e mesa farta.
Eles chamam qualquer pessoa de Ya habibi.
Falam alto e se abraçam
Riem um de outro e se beijam.

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 07/08/2020

Pão Na Chapa

Pão Na Chapa.

 

Fui assistir ao #pãonachapa ao vivo.

Convidado por Samia, que eu sigo.

Entrei na sala, já havia começado.

Pena que cheguei atrasado

e sai antes de ter terminado.

Com a receptividade de Maria José Feres,

honrado eu me senti.

Os temas abordados, eu ouvi,

gostei e me envolvi.

Voltei no tempo, no passado eu me revi.


Lá estava minha mãe, Madame Marí. 

Com seu lindo sorriso olhando para mim.

Madame Marí, assim era conhecida na cidade. 

Moderna, à frente do seu tempo e na sociedade. 

Bela,  esbanjando o seu charme  com o seu cigarro na mão.

não sei,  se era rebeldia ou contestação.

Não tinha medo de zangão.

Tinha o dom de premonição,

a faculdade da percepção.

Na sociedade era respeitada.

Por seus sábios conselhos, era procurada.


Era dona de casa e dona da casa.

À família era muito dedicada.

À noite, a massa por ela era preparada.

De manhã cedo já estava no quintal.

Havia uns tijolinhos sustentando uma chapa especial,

Formando um fogareiro para assar o pão.

Ela sentada num banquinho e a massa, na mão.

Num ballet de braços esticados, abria a massa fina.

Formava um disco de espessura de uma cartolina.

Jogava em cima da chapa quente.

Logo o aroma do pão abria o apetite da gente.

Era o Pão Na Chapa. Era só rechear, 

com queijo e azeitonas ou coalhada seca...

Ou pepino, tomate e uma pitada de sal,

Era só enrolar em forma de panqueca.


Lembro-me dos tabules das quartas-feiras à tarde. 

Em torno da mesa mulheres em debate.

Comes e bebes e cigarrilhas à parte.

Já era o começo da isonomia e da paridade.


Por 

Aslan Minas Melikian

Niterói, 13/07/2020


Meu Pai, Meu Heroi.

 Meu Pai, Meu Herói.

Meus Heróis não morrem de over dose
Não têm neurose
Não têm psicose
Não fazem pose
Não têm partidos
Não são bandidos
Meu herói é um sobrevivente
Já encarou a morte de frente
A cena do extermínio da sua gente
Nunca saiu da mente
Foi um herói e superou a marcha da morte
Aos oito anos precisava ser forte
Sozinho no mundo, ele foi um gigante.
Andou pelo deserto como errante
Sobrevivente de genocídio foi o seu patente
O jeito foi encarar a vida de frente.
Foi um vencedor e exemplo para muita gente
Um grande amante das artes
E foi amado por muitas amantes.
Ele era um grande humanista
Generoso e universalista
Ele não está mais aqui, há tempos que ele se foi.
Mas ele continua sendo o meu maior herói.

Por
Aslan Minas Melikian

domingo, 2 de agosto de 2020

Um Dia Muito Especial (03/08/1972)

Um Dia Muito Especial  
       (03/08/1972)
 
Foi em três de agosto que ela nasceu.
Era um dia especial cedo anoiteceu
As Nuvens cobriram a terra o Céu.
Ruas vazias, e a escuridão prevaleceu.    
 
Raios riscavam o céu como fogos de artifício
Iluminavam por alguns instantes o edifício
Da manifestação da natureza o indício.
De uma noite longa de boas novas era o inicio.
 
As trovadas calaram o silêncio. 
As chuvas vieram como um prenúncio. 
Trazendo a bonança e o anúncio.
“Parabéns papai”.  Fez me sentir um Pafúncio.

Todos me abraçando, eu não ouvia nada. 
A natureza festejando a chegada. 
Foi a emoção que me deu uma travada.
Ver a primeira vez a filha tão desejada.

A filha nos braços da mãe minha esposa.
Um  botão da roseira da mãe, a própria rosa.
A festa durou até alvorecer linda e garbosa.
Amanheceu e o sol reverenciou a  majestosa

A natureza já havia prestado a homenagem.
Feliz por ser pai, é desejo de todo homem.
Ouvi a versão da Quinta Sinfonia de Beethoven.
Orquestrada pela natureza pedindo passagem. 

Por 
Aslan Minas Melikian
 


domingo, 26 de julho de 2020

Cacique ou Não

Cacique, ou Não.

- Há muito cacique
- É cacife.
- Não é cacife, é cacique.
Olhei ao meu redor
Nem índio,
Nem ameríndio.
Tenho cacife e alambique.
Acho que sou um cacique.
Então o cacique sou eu.
Sou o mais velho e o direito é meu.
Será que estou sendo
Um índio podendo.
Parei e fiquei pensando.
O que será estou causando.
Para ser respeitado?
Precisa ser deputado?
Ser senador?
Ou vereador?
Será precisa ser um Armador?
Ou será um comendador.
E aí percebi a vera.
Mudança houvera.
Passou dos setenta.
Vira baleia cinzenta,
Precisa ser marrento.
Sem coração no momento.
Se você bobear
Farão você embarrear.
Preciso ter pulso.
Não agir no impulso.
Não sou índio nem cacique.
Ainda tenho muito pique.
Sou mais eu meu camarada.
Aqui eu sou o dono da manada.
Descendente de um povo milenar.
57 séculos de cultura emanar.
Eu sou armênio não fico calmo.
Conquisto meu terreno palmo a palmo.
Saia da frente estou chegando.
Fica sabendo,  aqui eu mando.
Minha alma não sabe que é morte.
Migra há séculos e cada vez mais forte.
Sou um conquistador eminente.
Igual o ébano pesado e resistente
Sou duro na queda Não me enfrente
E verás um cara humilde e inteligente.

Por
A2m
Mr. Melikian
20/11/2015

Vai Passar, Vai Passar

Vai Passar, Vai Passar.

A vida é cheia de surpresas.
Como um veleiro.
Ás vezes,
Navegamos tranquilamente em alto mar.
Numa noite de estrelas e luar.
Uma brisa gostosa no ar,
E frescor do orvalho nas nossas caras,
Ouvindo as melodias das marolas.
Outras vezes a natureza se revolta,
O vento sopra contra,
Esconde as estrelas e a lua,
Provoca uma tormenta.
A marola se agiganta,
Vira uma espumante onda
O meu veleiro vai à luta.
Enfrentar a tempestade.
É preciso remar, é preciso remar...
Vencer as ondas do mar,
A terra firme chegar.
No meio da noite,
Uma luz no horizonte,
A esperança….

Assim também é nossa vida.
Como um veleiro, ela veleja.
Com destino a felicidade.
Mas, a vida é cheia de surpresas.
Às vezes, é numa noite de luar.
Outra, é de uma tormenta.
Há algum tempo,
Estamos num tormento em alto mar.
Numa noite de ondas sem par,
Sem estrelas, sem luar,
Sem bússola e sem direção a remar.
Mas com muita esperança,
Tempo de reflexões e de solidariedade.
Como meus ilustres leitores,
Eu repito...
Vai passar, vai passar,
E o mundo vai mudar
Para um mundo melhor.
Felizes para amar,
Sob um céu estrelado e noites de luar.

Por
Aslan Minas Melikian
22/04/2020

terça-feira, 5 de maio de 2020

O Gato Felix

O Gato Felix

Um ilustre senhor perguntou
Ao presidente do congresso Nacional
- Por que tanto ratos nos corredores do parlamento?
- Já tentamos – disse o presidente
- Dos roedores nos livrar.
Nem com veneno conseguimos com eles acabar.
Fizemos o uso da ratoeira
Mesmo com ultrassom continuaram na zoeira
Nada adiantou nada, até agora
O ilustre senhor disse:
- Consulte o mestre José Carlos, o Zeca.
Ele é especialista em imunização natural.
Um excelente profissional
Defensor do meio ambiente
O seu trabalho é eficiente.
O Sr. Zeca recomendou a contratação do Felix, o gato.
- O Felix é um felino inimigo nato do rato.
E Assim, foi elaborado um contrato.
Serviço de uma semana com uma cláusula.
No almoço, não podia faltar sardinha no prato.
Exigência do Félix o gato.
Dois dias bastaram para eliminar o vestígio dos ratos.
O serviço foi perfeito conforme o trato
Com o nosso dinheiro a fatura foi paga
E o parlamento se livrou da praga

A ausência dos ratos durou menos de uma semana.
Uma surpresa a lamentar.
Ver a praga dos ratos voltar
Encontraram o gato Felix deitado em cima do um saco..
Tirando uma soneca
O velho ilustre senhor perguntou :
- E agora José? Como fica?
- As coisas mudaram - disse o Zeca
O gato foi nomeado assessor parlamentar
Procuramos por Félix.
Estava na piscina no Lago Sul numa casa
Num banquete regado a whisky e churrasco na brasa.

Por
Aslan Minas Melikian
17/12/2019

Uma Grande Famíia

Uma Grande Família

Em tempos da pandemia,
o resultado do exame, foi o que eu temia.
Ela, minha mulher, precisava apoio da gente.
O importante era agir urgente.
É decretada a quarentena.
Cirurgias seriam adiadas. Que pena!
Ficamos pávidos.
Meus meninos foram rápidos.
O meu caçula, o Eduardo,  foi um gigante.
Não largou a mãe nem um instante.
Preparou todos os procedimentos.
Na véspera dos adiantamentos,
na última hora no último dia,
Correu tudo bem na cirurgia.

Ao expressar a minha gratidão,
aos meus meninos pela dedicação,
a resposta foi  do meu caçula Eduardo:
  – Nos somos você do passado.
Aí que percebi,
que a minha missão, eu já cumpri.
Eles continuam sendo  parte de mim.
O DNA não nega.
O nosso amor agrega.
Eu e ela prestamos a nossa gratidão
pelo carinho, amor e dedicação.
Aos  filhos, genro, noras e netos.
Nossos  muitos e muitos,  obrigados.
Somos uma grande família amada,
e no amor agregada.
Ela, logo estará livre do que a gente temia
O mundo também,  estará logo livre da pandemia..

Por
Aslan Minas Melikian
Um poeta  nas horas vagas
Niterói, 03/05/2020


A Quarentena

A Distância

Isolamento?
Afastamento?
Recolhimento?
Ou é Distanciamento?
Sem a bagunça do garotada na minha sala,
Sem o susto de quebrar o vidro com a bola,
Sem a correria de esconde-esconde,
Sem comentários de bate-bola no almoço,
Sem o abraço,
Sem o beijo,
Sem poder acolher no meu colo Luisa, a minha netinha...
Sem o lindo sorriso e o carinho imenso de Laurinha...
Sem bater a palma  com palma com meu neto Rafael...
Sem ouvir a risada e as histórias engraçadas  de Daniel...
Sem a presença  da  linda neta Marina, falando  de arte...
Sem o papo adolescente com Leo, que era uma  parte...
sem a companhia do neto, que tão bem me fazia...
Sem a agitação do minha prole,  a casa está vazia...
sem poder pegar a mão da minha amada,
sem ter uma  noite de amor na madrugada.
Estou num oásis. Tenho tudo e não tenho nada.

Por
Aslan Minas Melikian
05/04/2020.

Uma Mulher Amada

Uma Mulher Amada

Dia da mulher  amada
De deusa a ser chamada
De divina aclamada.
Eterna, e adorada.

O Importante ama-la.
Do meu bem chama-la.
Nos  braços toma-la.
Com muito amor doma-la.

Não a chama no pito.
Começa com  um rito.
E que ela é um mito.
Adorará o dito. 

Galanteios você cita.
Alma dela você  fita.
Se perguntar onde sita.
É no Éden:  Você grita.

Por
Aslan Minas Melikian
08/03/2020





Ontem, Foi Ontem.

Ontem, Foi Ontem.

Ontem, eu tinha treze anos.
Não havia celular nem televisor.
Nem Big Brother nem computador.
Eu brincava com os amigos na calçada.
Esperava a bela Jaqueline passar na rua.
Na minha imaginação, vê-la desfilar nua.
O seu corpo de violoncelo balançar.
Ouvir o ritmo das passadas de seu andar.
Soando como uma melodia
No mesmo ritmo que meu coração batia.
Por ela, eu era apaixonado.
Por sua beleza, embriagado.
O seu olhar me seduzia.
O seu cheiro me atraía.
O meu corpo reagia.
A testosterona explodia
a procura de estrógeno e progesterona.
A atração.
O instinto de perpetuação.

Ontem, eu tinha treze anos.
Não havia celular nem televisor.
Nem Big Brother nem computador.
Jaqueline era uma mulher casada
O sobrado da minha casa era a sua morada..
Ao descer pela escada provocava..
Pelos cantos dos olhos, olhava e se divertia.
Eu, um pirralho.
Sonhava.
Com cara de tacho, babava.
Tomá-la nos meus braços, eu sonhava.
Nas suas curvas deslizar, eu desejava.
A imaginação de mergulhar nos seus encantos.
Eu era um pirralho
Sonhava ela quebrar meu galho.
Pena que foram sonhos, apenas sonhos.
Sonhos de um adolescente pirralho.
Foi ontem................. 

Por
Aslan Minas Melikian
05/02/2020

Solidariedade

Solidariedade.

Acordei ao amanhecer.
Encostei-me à grade da varanda.
Mirando o horizonte para ver o astro rei nascer.
As nuvens tentaram o esconder.
Mesmo assim iluminou o céu e a terra  para nos aquecer.

Hoje o mundo inteiro quer ver o amanhecer.
Todos isolados cada um na sua morada,
Mirando o futuro na esperança de acontecer,
Um milagre para o mundo vencer e
nós livrar dessa pandemia e o Covid-19 perecer.

O isolamento social fez nos refletir.
As solidariedades aderir
Os ecos dos parabéns a distancia ouvir
e junto com as cantorias das orações, e pedir
que o amanha seja um presente para o mundo sorrir.

Por
Aslan Minas Melikian
22/03/2020

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Eu Era Rico e Não Sabia..

Eu Era Rico e Não Sabia..

Eu sou um septuagenário
Queria ser milionário
Vinha ano
Passava ano
E nada mano
Eu como decano
Olhei  e vi  os meus netos ao meu redor.
Eu já era rico e vencedor.
Tive a sorte como poucos.
Estar cercado por netos lindos e loucos.
E cheios de esperança.
Aí, eu  percebo que ainda sou uma criança.
Envolto deles não me falta afago.
Cada um deles tem o seu lado mago.

A caçula Lulu já chega pedindo meu colo.
E eu fico tolo.
Ela é a mais nova rosa do nosso jardim. 
Tenho o  príncipe e poliglota mirim.
Cantando em inglês, é uma graça.
No futebol tem muita habilidade e raça.
Sabe quem é?  É o meu neto, o Rafael.
O que eu acho do meu neto Daniel?
Daniel será um famoso cineasta na moral.
Ele é Youtuber e tem o seu canal.
Ouço comentários por aí:
Olha, é aquele garoto futevoleiro da praia de Icaraí?
A Laura tem a música e a poesia na alma.
Para sua intensidade poética, eu bato palma.
O seu canto é imagem da sua alma.
Sua canção é bálsamo que me acalma.
O que dizer da Marina, a princesa?
Elegância, charme e beleza.
Aos três aninhos, já sabia escolher.
Tinha e tem muito bom gosto pra valer
Será? Será não, já é uma grande Designer,
Podes crer.
Léo, o meu neto adolescente.
Ele é o meu amigo leal e confidente.
O meu orgulho por ele é evidente.
Nosso papo legal e transcendente.

Sou um decano septuagenário
Queria ficar milionário.
Para quê?
Quem tem netos como os meus
Já é rico como eu
Agraciados por  Deus..

Por
Aslan Minas Melikian
12/01/2020

Uma Alma Navegante


Uma Alma Navegante

Minha alma navega.
Nos mares do amor veleja.
O leme é a sua razão.
A vela é a sua paixão.
O mar é o seu abrigo.
O vento é o amigo.
As marolas melodias.
As estrelas são as guias.

Minha alma navega.
Nos mares do amor veleja.
Noite de luar, a ternura.
Sem estrelas, aventura.
Nas tempestades, o desafio,
Firme segue seu caminho.
Em cada porto, há um canto.
Alma gêmea, o encanto.

Minha alma navega.
Nos mares do amor veleja.
O veleiro é sua chancela.
A paixão é a sua vela.
A razão é o seu leme.
Segue firme nada teme.
Veleja imponente,
Do levante ao poente.
Do Cuzeiro do Sul a Ursa.
Em cada porto, uma alma gêmea.
Nos cais, a espera, a alma fêmea.

Por
Aslan Minas Melikian
27/01/2020