Pão Na Chapa.
Fui assistir ao #pãonachapa ao vivo.
Convidado por Samia, que eu sigo.
Entrei na sala, já havia começado.
Pena que cheguei atrasado
e sai antes de ter terminado.
Com a receptividade de Maria José Feres,
honrado eu me senti.
Os temas abordados, eu ouvi,
gostei e me envolvi.
Voltei no tempo, no passado eu me revi.
Lá estava minha mãe, Madame Marí.
Com seu lindo sorriso olhando para mim.
Madame Marí, assim era conhecida na cidade.
Moderna, à frente do seu tempo e na sociedade.
Bela, esbanjando o seu charme com o seu cigarro na mão.
não sei, se era rebeldia ou contestação.
Não tinha medo de zangão.
Tinha o dom de premonição,
a faculdade da percepção.
Na sociedade era respeitada.
Por seus sábios conselhos, era procurada.
Era dona de casa e dona da casa.
À família era muito dedicada.
À noite, a massa por ela era preparada.
De manhã cedo já estava no quintal.
Havia uns tijolinhos sustentando uma chapa especial,
Formando um fogareiro para assar o pão.
Ela sentada num banquinho e a massa, na mão.
Num ballet de braços esticados, abria a massa fina.
Formava um disco de espessura de uma cartolina.
Jogava em cima da chapa quente.
Logo o aroma do pão abria o apetite da gente.
Era o Pão Na Chapa. Era só rechear,
com queijo e azeitonas ou coalhada seca...
Ou pepino, tomate e uma pitada de sal,
Era só enrolar em forma de panqueca.
Lembro-me dos tabules das quartas-feiras à tarde.
Em torno da mesa mulheres em debate.
Comes e bebes e cigarrilhas à parte.
Já era o começo da isonomia e da paridade.
Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 13/07/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário