domingo, 30 de agosto de 2020

Pão Na Chapa

Pão Na Chapa.

 

Fui assistir ao #pãonachapa ao vivo.

Convidado por Samia, que eu sigo.

Entrei na sala, já havia começado.

Pena que cheguei atrasado

e sai antes de ter terminado.

Com a receptividade de Maria José Feres,

honrado eu me senti.

Os temas abordados, eu ouvi,

gostei e me envolvi.

Voltei no tempo, no passado eu me revi.


Lá estava minha mãe, Madame Marí. 

Com seu lindo sorriso olhando para mim.

Madame Marí, assim era conhecida na cidade. 

Moderna, à frente do seu tempo e na sociedade. 

Bela,  esbanjando o seu charme  com o seu cigarro na mão.

não sei,  se era rebeldia ou contestação.

Não tinha medo de zangão.

Tinha o dom de premonição,

a faculdade da percepção.

Na sociedade era respeitada.

Por seus sábios conselhos, era procurada.


Era dona de casa e dona da casa.

À família era muito dedicada.

À noite, a massa por ela era preparada.

De manhã cedo já estava no quintal.

Havia uns tijolinhos sustentando uma chapa especial,

Formando um fogareiro para assar o pão.

Ela sentada num banquinho e a massa, na mão.

Num ballet de braços esticados, abria a massa fina.

Formava um disco de espessura de uma cartolina.

Jogava em cima da chapa quente.

Logo o aroma do pão abria o apetite da gente.

Era o Pão Na Chapa. Era só rechear, 

com queijo e azeitonas ou coalhada seca...

Ou pepino, tomate e uma pitada de sal,

Era só enrolar em forma de panqueca.


Lembro-me dos tabules das quartas-feiras à tarde. 

Em torno da mesa mulheres em debate.

Comes e bebes e cigarrilhas à parte.

Já era o começo da isonomia e da paridade.


Por 

Aslan Minas Melikian

Niterói, 13/07/2020


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