domingo, 27 de dezembro de 2020

Novos Tempos Velhos Épos

 Novos Tempos Velhos Épos.

Novos tempos.
Velhos épos.
Solidão nos tempos modernos
Não precisa de livros nem de cadernos.
Nem de enciclopédia munidos
Basta celulares e fones de ouvidos
Cercado de gente
O silêncio está presente
Todos na pauta
Em minha volta.
Reunidos em meu lar
Tento falar
A minha voz se perde no ar
Ninguém levanta a cabeça para olhar
A palma aberta e a mão erguida.
Sinal que vão me atender em seguida
Nos celulares ocupados
Ou na TV ligados.
Tento falar de novo e tusso
Nada feito, Tá ficando Russo.
Olho pra eles, todos estão na deles.
Outros tempos
Outros épos.

Paro e penso
Aí, eu sinto um amor imenso.
Eles são do jeito deles carinhosos
De jeito deles amorosos.
Nas redes sociais, eles interagem
No silêncio é a abordagem
Nesta hora, eu faço a minha parte.
Monologar com a TV é uma arte.
Boa noite, à apresentadora, declamar.
De louco podem me chamar.
Até sugerir um psicólogo para me tratar.
Direi, não é necessário, ao argumentar.
Passou dos setenta,
Agora aguenta.
Tudo que você aprendeu
Transcendeu.
Novos tempos.
Novos épos.

Por
Mr. Melikian
19/12/2020

Obs: Épos = epopeias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário