domingo, 30 de agosto de 2020

Um Bate Papo Com Meus Filhos.

 Um Bate Papo Com Meus Filhos.

Num papo descontraído e gostoso.
No cafezinho depois do almoço.
Uma fatia de bolo de baunilha.

Feito pela mandatária da família

Eu e minha filha.

Botando a conversa em dia.
Estava frio, e eu com gorro na cabeça.
Ela apontou a câmera do celular e clicou.
Olhou e deu um sorriso cheio de graça.Mostrou a foto. Pensei: e agora José? Complicou!
E ela deu um grito:
– Olha o meu pai, o poeta.
Aslan, o poeta porreta.
Vou publicar essa foto e mandar para a galera.
Pedi para não cometer a bobeira.
Mas, já era.
Ela havia publicado no ato.

Sem gorro e calvo, resolvi fazer um auto retrato.
Tem gente que me chamou de gato.
Meu filho me achou a cara do Leandro Karnal.
A resposta foi no ato
Ele tem o sobrenome, Karnal
Eu tenho pelas mulheres admiração divinal e carnal.
Com os homens, só relação comercial.
Com as crianças, sou jovial.
Com os amigos, sou leal.
Com os velhos e idosos, sou camarada e plural.
O meu caçula viu as fotos e mandou essa:
- Eu sou você amanhã.  Sacou?
Já me acharam parecido com Raul Cortez e Anthony Quinn.
Com Alpacino e o Sean. (Sean Connery o 007)
E já me chamaram de James Dean

Acabamos de tomar o cafezinho.
Já havia gente me seguindo
Não eram paparazzos, nem bandidos, nem policiais.
Eram os amigos das redes sociais.

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 25/08/2020

Beirute a Cidade Eterna.

 Beirute a Cidade Eterna.

Triste demais ver a minha cidade Beirute,
Explosões e destruições na minha cidade Natal,
Fogos, fumaças e vendaval.
Cinzas e destruição.
Mortos, feridos e correria sem noção.
A tristeza tomou conta de toda uma nação.
Tudo aconteceu no porto na baia do são Jorge.
A população se revolta e reage.
Manifestação contra o governo e a corrupção.
Pela oitava vez a cidade resiste à destruição.
A cidade da pluralidade
Beirute é Phoenix do oriente médio e na paridade.
Já, já, a cidade será reconstruída e voltará a normalidade.

Líbano é Berço de muitas civilizações e culturas.
Alfabeto, comércio e aventuras.
Em qualquer lugar do mundo com certeza
encontrará uma família libanesa.
Sempre há um Jorge na família
e nada falta na mesa.
Kibe, tabule, babaghanuje e mesa farta.
Eles chamam qualquer pessoa de Ya habibi.
Falam alto e se abraçam
Riem um de outro e se beijam.

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 07/08/2020

Pão Na Chapa

Pão Na Chapa.

 

Fui assistir ao #pãonachapa ao vivo.

Convidado por Samia, que eu sigo.

Entrei na sala, já havia começado.

Pena que cheguei atrasado

e sai antes de ter terminado.

Com a receptividade de Maria José Feres,

honrado eu me senti.

Os temas abordados, eu ouvi,

gostei e me envolvi.

Voltei no tempo, no passado eu me revi.


Lá estava minha mãe, Madame Marí. 

Com seu lindo sorriso olhando para mim.

Madame Marí, assim era conhecida na cidade. 

Moderna, à frente do seu tempo e na sociedade. 

Bela,  esbanjando o seu charme  com o seu cigarro na mão.

não sei,  se era rebeldia ou contestação.

Não tinha medo de zangão.

Tinha o dom de premonição,

a faculdade da percepção.

Na sociedade era respeitada.

Por seus sábios conselhos, era procurada.


Era dona de casa e dona da casa.

À família era muito dedicada.

À noite, a massa por ela era preparada.

De manhã cedo já estava no quintal.

Havia uns tijolinhos sustentando uma chapa especial,

Formando um fogareiro para assar o pão.

Ela sentada num banquinho e a massa, na mão.

Num ballet de braços esticados, abria a massa fina.

Formava um disco de espessura de uma cartolina.

Jogava em cima da chapa quente.

Logo o aroma do pão abria o apetite da gente.

Era o Pão Na Chapa. Era só rechear, 

com queijo e azeitonas ou coalhada seca...

Ou pepino, tomate e uma pitada de sal,

Era só enrolar em forma de panqueca.


Lembro-me dos tabules das quartas-feiras à tarde. 

Em torno da mesa mulheres em debate.

Comes e bebes e cigarrilhas à parte.

Já era o começo da isonomia e da paridade.


Por 

Aslan Minas Melikian

Niterói, 13/07/2020


Meu Pai, Meu Heroi.

 Meu Pai, Meu Herói.

Meus Heróis não morrem de over dose
Não têm neurose
Não têm psicose
Não fazem pose
Não têm partidos
Não são bandidos
Meu herói é um sobrevivente
Já encarou a morte de frente
A cena do extermínio da sua gente
Nunca saiu da mente
Foi um herói e superou a marcha da morte
Aos oito anos precisava ser forte
Sozinho no mundo, ele foi um gigante.
Andou pelo deserto como errante
Sobrevivente de genocídio foi o seu patente
O jeito foi encarar a vida de frente.
Foi um vencedor e exemplo para muita gente
Um grande amante das artes
E foi amado por muitas amantes.
Ele era um grande humanista
Generoso e universalista
Ele não está mais aqui, há tempos que ele se foi.
Mas ele continua sendo o meu maior herói.

Por
Aslan Minas Melikian

domingo, 2 de agosto de 2020

Um Dia Muito Especial (03/08/1972)

Um Dia Muito Especial  
       (03/08/1972)
 
Foi em três de agosto que ela nasceu.
Era um dia especial cedo anoiteceu
As Nuvens cobriram a terra o Céu.
Ruas vazias, e a escuridão prevaleceu.    
 
Raios riscavam o céu como fogos de artifício
Iluminavam por alguns instantes o edifício
Da manifestação da natureza o indício.
De uma noite longa de boas novas era o inicio.
 
As trovadas calaram o silêncio. 
As chuvas vieram como um prenúncio. 
Trazendo a bonança e o anúncio.
“Parabéns papai”.  Fez me sentir um Pafúncio.

Todos me abraçando, eu não ouvia nada. 
A natureza festejando a chegada. 
Foi a emoção que me deu uma travada.
Ver a primeira vez a filha tão desejada.

A filha nos braços da mãe minha esposa.
Um  botão da roseira da mãe, a própria rosa.
A festa durou até alvorecer linda e garbosa.
Amanheceu e o sol reverenciou a  majestosa

A natureza já havia prestado a homenagem.
Feliz por ser pai, é desejo de todo homem.
Ouvi a versão da Quinta Sinfonia de Beethoven.
Orquestrada pela natureza pedindo passagem. 

Por 
Aslan Minas Melikian